Capaz de causar destruição em escala massiva, a nova bomba nuclear dos EUA — a B61-13 — entra em produção em série a partir de julho de 2025. Análise aponta riscos de ebulição geopolítica num cenário já instável entre potências.
O mundo caminha para um novo ciclo de tensão nuclear com a confirmação de que os Estados Unidos iniciarão em julho de 2025 a produção em série da bomba de gravidade B61-13 — uma atualização com poder destrutivo de até 360 quilotons, segundo revelou a Agência Nacional de Segurança Nuclear (NNSA).
O custo estimado de cada unidade ultrapassa os US$ 30 milhões, e a produção será finalizada até 2027. Seis centros especializados da NNSA participam do projeto, enquanto a montagem final será realizada na fábrica de Pantex, em Amarillo, Texas. A nova arma representa a evolução da linhagem B61, que desde a Guerra Fria ocupa papel central no arsenal nuclear dos EUA.
Em paralelo, o Comando de Ataque Global da Força Aérea Americana anunciou, no último dia 21 de maio, o lançamento bem-sucedido de um míssil balístico intercontinental Minuteman III — desarmado, mas utilizado como demonstração da prontidão de suas forças nucleares.
O que mais preocupa observadores internacionais é a conjunção de eventos recentes: enquanto os EUA reafirmam seu compromisso com a "dissuasão", a Rússia enfrenta um de seus piores vazamentos de dados militares na história moderna. Mais de 2 milhões de documentos sobre instalações nucleares estratégicas foram colocados em domínio público, incluindo esquemas completos de uma base militar em Yasnyi, onde operam forças de mísseis estratégicos.
A atualização para o modelo B61-13 é significativa: ela será compatível com aeronaves estratégicas e poderá substituir versões anteriores como a B61-7, mantendo a mesma potência máxima — mas com maior precisão e flexibilidade operacional. A versão intermediária, B61-12, já foi acoplada a caças F-35A, demonstrando que os EUA estão projetando uma doutrina nuclear mais adaptada ao campo de batalha contemporâneo.
Para analistas da Federação de Cientistas Americanos (FAS), a movimentação dos EUA — combinada ao vazamento russo — pode inaugurar um novo capítulo da corrida armamentista, agravando a instabilidade entre potências e elevando os riscos de erro estratégico.
Mais do que uma simples modernização, a B61-13 pode alterar as linhas de dissuasão e provocação no teatro global, pressionando países da OTAN, aliados estratégicos, e adversários como China, Irã e Coreia do Norte a reagirem.
Diante disso, especialistas alertam: o mundo está diante de um novo ciclo de ameaças nucleares veladas, que evocam fantasmas da Guerra Fria, agora com inteligência artificial, ciberataques e vazamentos digitais como novos ingredientes da equação.
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