Google no Banco dos Réus: Processo Histórico Acusa Exploração Ilegal de Conteúdo Jornalístico

Publicado por: Feed News
15/09/2025 12:46:23
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Disputa judicial entre a gigante da tecnologia e uma das maiores editoras dos EUA levanta debate sobre direitos autorais e o futuro do jornalismo digital. / Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Disputa judicial entre a gigante da tecnologia e uma das maiores editoras dos EUA levanta debate sobre direitos autorais e o futuro do jornalismo digital. / Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Ações da Penske Media contra o Google podem redefinir os limites entre tecnologia, jornalismo e propriedade intelectual.

 

O mundo jurídico e jornalístico volta seus olhos para Washington, D.C., onde a Penske Media Corporation, proprietária de revistas renomadas como Rolling Stone, Billboard e Variety, abriu um processo federal contra o Google. A alegação central: o uso não autorizado de conteúdos jornalísticos pela ferramenta de visões gerais de IA (AI Overviews), recurso que exibe resumos automáticos no topo dos resultados de busca.

 

Segundo a editora, esses resumos reduzem drasticamente o tráfego para seus sites, prejudicando modelos de negócio baseados em anúncios, assinaturas e programas de afiliados. A Penske afirma que aproximadamente 20% das pesquisas que antes geravam visitas agora apresentam diretamente as respostas resumidas pelo Google. O impacto já seria visível: a receita de afiliados caiu em mais de um terço desde o fim de 2024.

 

Além da perda econômica, a ação sustenta que o Google estaria impondo uma condição abusiva: incluir o conteúdo da Penske nos resumos de IA como requisito para manter a visibilidade nos resultados de busca. A estratégia, segundo a acusação, só é possível porque a gigante tecnológica detém cerca de 90% do mercado de buscas nos EUA, configurando abuso de posição dominante.

 

O Google, por sua vez, rebateu de imediato, alegando que os resumos tornam a busca “mais útil” para os usuários e que, em muitos casos, facilitam a descoberta de novos conteúdos. Para a empresa, as acusações são “infundadas” e fazem parte de uma resistência de setores da mídia às mudanças trazidas pela IA.

 

Especialistas afirmam que a disputa pode ter repercussões globais. Se a Penske vencer ou obter compensação, outros veículos jornalísticos podem seguir o mesmo caminho, exigindo licenciamento formal e pagamento pelo uso de material em sistemas de IA. Isso obrigaria gigantes de tecnologia a reverem suas estratégias de exibição de conteúdo e até a forma como treinam modelos de inteligência artificial.

 

No centro da discussão, está o futuro do jornalismo digital: como sustentar redações e repórteres em um cenário em que algoritmos concentram a atenção dos leitores e reduzem a circulação orgânica para as fontes originais? Para muitos, esse processo será um divisor de águas, capaz de redefinir a relação entre a imprensa e as plataformas que hoje intermediam quase toda a informação consumida online.

 

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“O Direito de Citar: até onde vai o uso justo no jornalismo e na tecnologia?”

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