Um Tribunal Sem Confiança: Quando a Justiça Se Torna Apenas um Título Vazio

Publicado por: Feed News
10/02/2025 18:48:59
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Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração Cortesia Editorial Ideia

OPINIÃO

Um Tribunal Sem Confiança: A Impossibilidade de Recuperar a Credibilidade de um Judiciário Corrompido

O Papel da Mídia e das Redes Sociais na Amplificação da Perda de Credibilidade

 

Quando um Tribunal de Justiça se vê envolvido em escândalos de corrupção, com prisões de membros da cúpula e a intervenção da Polícia Federal, a credibilidade dessa instituição não é apenas afetada, mas destruída. Mesmo que o Tribunal continue existindo em sua estrutura física e continue funcionando com os processos em andamento, o que realmente importa — a legitimidade e a confiança pública — fica irremediavelmente comprometido. E quando essa crise de confiança é amplificada pelas grandes mídias e redes sociais, a recuperação se torna um processo doloroso e demorado, que pode levar décadas, até gerações, para ser reconstruído.

 

A Exposição na Mídia: A Força das Redes Sociais

A grande mídia, com jornais, revistas e sites, junto às redes sociais, desempenham um papel crucial em criar uma narrativa pública que escracha a crise. A exposição diária dos escândalos de corrupção, com reportagens investigativas, comentários pejorativos e vídeos que se tornam virais, grava a imagem negativa do Tribunal de forma indelével na mente das pessoas. Em questão de horas, uma notícia negativa pode ser compartilhada e comentada por milhares, espalhando a desconfiança e tornando impossível a reversão da percepção pública de uma forma simples.

 

Essas plataformas, especialmente as redes sociais, funcionam como um megafone, amplificando as falhas e denunciando, muitas vezes, de forma cruel, os erros cometidos pelas instituições judiciais. Uma vez que uma notícia negativa se espalha, a memória coletiva se fixa nela. A tentativa de limpar a imagem é, então, uma tarefa monumental, porque, como no caso das mídias sociais, tudo é registrado, nada é apagado. A exposição pública constante de escândalos pode ter um efeito irreversível, e as ações corretivas realizadas pelo Tribunal podem ser vistas apenas como tentativas tardias de mudar uma realidade construída pela exposição midiática. Isso não é garantia de deixar de ser o pior do Brasil e riscos de intervenção

 

A Recuperação: Décadas para Limpar o Nome

O Tribunal de Justiça da Bahia, com sua grande crise de imagem, provavelmente levará décadas, até gerações, para limpar seu nome. Não basta apenas a substituição da cúpula ou a admissão pública de falhas. A credibilidade não será restaurada do dia para a noite. O que está em jogo não é apenas a renovação das lideranças ou a realização de reformas internas; é a percepção pública, profundamente afetada por anos de escândalos e pela amplificação midiática. O Tribunal terá de passar por um processo de transparência, de demonstrar ações concretas para punir os envolvidos e de mostrar ao público que as falhas não se repetirão. Essa reconstrução exigirá tempo, e muitas vezes, as gerações futuras podem ter de ser as responsáveis por reconstruir a confiança da sociedade

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O Tribunal e o Povo: O Desafio de Reconectar-se com a Sociedade

A principal falha de um Tribunal que perde a confiança popular é a desconexão com a sociedade. A justiça precisa ser acessível, transparente e, acima de tudo, confiável. Quando essa confiança é quebrada — especialmente por grandes escândalos de corrupção que atingem a cúpula — o Tribunal perde o seu real significado. Um Tribunal sem credibilidade não é mais uma força da justiça, mas sim uma entidade vazia, que apenas mantém seu nome e suas funções formais, mas não mais sua legitimidade moral ou sua autoridade.

 

A Recuperação: Um Caminho Longo e Desafiador

O caminho para a recuperação da credibilidade de um Tribunal que passou por uma crise de corrupção sistêmica não é simples. Requer uma mudança profunda na cultura institucional, um compromisso sério com a justiça verdadeira e a reconstrução das bases de confiança com a sociedade. Para limpar seu nome, o Tribunal terá que adotar uma transparência radical e promover uma cultura de accountability, onde a fiscalização externa e investigações independentes sejam vistas como um passo positivo, não como uma ameaça.

Em última análise, as ações corretivas que o Tribunal realizar hoje só terão efeito real no longo prazo. A imagem negativa será desafiadora de reverter, principalmente quando os erros do passado são amplificados pelas mídias e redes sociais. Mesmo com as melhorias internas e uma nova liderança, o Tribunal precisará de décadas para restaurar sua credibilidade e reconquistar a confiança do povo, um processo que, no melhor dos cenários, pode levar gerações para ser plenamente eficaz.

 

Conclusão: O Tribunal e a Recuperação da Justiça

Um Tribunal sem confiança popular não é mais uma entidade legítima de justiça. Quando ele perde o respeito da sociedade, se torna apenas uma máquina burocrática, que aplica a lei sem o compromisso com a equidade. Para restaurar a credibilidade, um Tribunal deve agir com transparência, punição para os envolvidos em escândalos e reconstrução da confiança através de ações concretas. Este processo de recuperação não é simples, e, no caso do Tribunal de Justiça da Bahia, será um caminho longo e difícil, provavelmente levando décadas ou até gerações para que a confiança seja restaurada completamente.Será?

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