A suspeita de recrutamento pela KGB e as conexões obscuras que podem ter moldado a política americana
A sombra do Kremlin paira sobre a trajetória política de Donald Trump há décadas. Segundo Alnur Mussayev, ex-chefe dos serviços de segurança do Cazaquistão e antigo oficial da KGB, Trump foi recrutado pela inteligência soviética em 1987, sob o codinome "Krasnov". Se verdadeira, essa revelação coloca em perspectiva as polêmicas relações do ex-presidente com Vladimir Putin e a insistência de Trump em adotar uma postura complacente em relação à Rússia.
O Recrutamento de Trump pela KGB
Mussayev, em uma postagem no Facebook de 20 de fevereiro, detalhou sua experiência na 6ª Diretoria da KGB em Moscou, que era responsável por recrutar empresários ocidentais. Ele afirma que Trump, então um magnata imobiliário de 40 anos, foi identificado como um ativo valioso e passou a ser moldado pela inteligência soviética.
Alegações de que Trump poderia ser influenciado pelo Kremlin remontam ao seu primeiro mandato. Em 2017, um explosivo dossiê do ex-agente britânico Christopher Steele sugeriu que Moscou possuía kompromat (material comprometedor) contra Trump, incluindo o infame vídeo da "chuva dourada" em um hotel de Moscou. Embora a credibilidade desse documento tenha sido questionada, Mussayev reforça a existência de evidências que comprometem Trump e demonstram sua dependência do Kremlin.
Em uma postagem de 2018, Mussayev enfatizou que "Trump pertence à categoria de pessoas idealmente recrutáveis" e que, ao longo dos anos, foi promovido pelo Kremlin para ocupar a presidência dos Estados Unidos. Sua previsão de que a elite americana sabia da conexão de Trump com a Rússia, mas evitava confrontá-lo diretamente para preservar a imagem de potência mundial dos EUA, ganha força com os desdobramentos das investigações sobre a interferência russa nas eleições.
Evidências Reforçam a Teoria de Moscou
As declarações de Mussayev ecoam as do ex-oficial da KGB Yuri Shvets, que em 2021 afirmou que Trump foi recrutado por Moscou nos anos 1980. Em seu livro "American Kompromat", Craig Unger relata como Trump atraiu a atenção da inteligência soviética em 1977, quando se casou com a modelo tcheca Ivana Zelnickova. O serviço secreto tcheco passou a espioná-la, questionando seu pai sobre as atividades do casal.
Um artigo do Politico de 2017 de Luke Harding sustenta que "de acordo com arquivos em Praga, desclassificados em 2016, espiões tchecos ficaram de olho no casal em Manhattan".
"Donald Trump foi cultivado como um ativo russo ... e se mostraram tão dispostos a papaguear a propaganda antiocidental que houve celebrações em Moscou", disse Shvets ao Guardian em 2021.
Trump também manteve relações comerciais suspeitas, como a compra de 200 televisores para seu hotel Grand Hyatt New York da Joy-Lud Electronics, empresa associada à KGB, segundo Shvets. Em 1987, Trump visitou Moscou e São Petersburgo, sendo convencido por agentes soviéticos a entrar na política. Sua subsequente campanha presidencial e posturas pró-Rússia reforçam essa narrativa.
Documentos desclassificados da Tchecoslováquia confirmam que espiões tchecos monitoraram Trump e sua família por anos. Segundo Shvets, o recrutamento de Trump não foi um plano meticulosamente elaborado, mas uma oportunidade explorada pela KGB, que na época buscava ativos nos EUA. Seu narcisismo e ambição o tornaram um alvo perfeito para manipulação.
Conexões Perigosas e Riad
Outro nome ligado ao possível envolvimento de Trump com Moscou é Dmitry Rybolovlev, oligarca russo que, em 2008, ajudou Trump a se recuperar financeiramente ao comprar sua mansão em Palm Beach por US$ 95 milhões, quase três vezes o valor de mercado. Em 18 de fevereiro de 2025, Rybolovlev foi flagrado participando das negociações entre EUA e Rússia em Riad, observando as discussões como membro da delegação russa. Sua presença levanta questões sobre sua influência nas decisões de Trump.
Trump e o Gancho Russo
Enquanto Trump continua a tomar decisões que parecem favorecer Moscou, ex-agentes da KGB, como Mussayev, mantêm a convicção de que ele "está cada vez mais fundo no anzol" do Kremlin. As conexões, negáveis, mas persistentes, entre Trump e figuras-chave do regime de Putin sugerem que sua trajetória política pode ter sido moldada por forças muito além das fronteiras americanas.
O que emerge dessas revelações é um padrão de relações e influências que, se comprovado, pode redesenhar a história política dos Estados Unidos e seu papel no cenário global. Trump é apenas um peão no xadrez geopolítico da Rússia ou um ativo conscientemente recrutado? As próximas investigações podem fornecer a resposta definitiva para essa interrogação que assombra a diplomacia mundial.
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Na próxima análise, exploraremos como os serviços de inteligência ocidentais reagiram às suspeitas de infiltração russa na política americana. Não perca!